Relacionamento abusivo



 

Relacionamento abusivo

 

Claramente se uma pessoa não está feliz em um relacionamento a alternativa mais sensata é a separação. Porém, nem sempre é fácil tomar essa iniciativa. Conforme Ramani Durvasula, em uma entrevista publicada no site American Psychological Association, sobre narcisismo, os relacionamentos não são tão simples assim. 

As pessoas permanecem em relacionamentos por várias razões - dinheiro, segurança, medo de estar sozinhas, cultura, religião, filhos. Ramani Durvasula

Bom, eu concordo plenamente, no entanto, a minha intenção aqui é que você nem comece relacionamentos assim e caso já esteja é importante analisar e verificar se há possibilidades de mudar essa situação. Dependendo do caso, uma mudança no seu próprio comportamento já será o suficiente para resolver o problema. Em outros, vou logo avisando que não será possível mudar nada se apenas uma das partes estiver disposta. 

Vou deixar mais claro no decorrer do texto quando apenas a mudança em si mesmo já bastará para solucionar e quando não. 

Relacionamento abusivo: Quando uma das partes está sendo prejudicada, seja de forma física, emocional e etc. O abusador pode ou não estar ciente do que está causando ao seu próprio parceiro.

Em casos em que o abusador não está ciente será necessário um "choque de realidade". 

O quer dizer com isso? Quero dizer que você precisará reeducar o seu parceiro, e isso só será possível mudando primeiro a si mesmo. 

Geralmente o abusador que não tem consciência é porque foi mal educado, esse comportamento explorador está internalizado em sua personalidade. 

Vou dar um exemplo: sabe aquele marido chato que acha que a esposa tem sempre obrigação de servi-lo? Senta para tomar café e espera que a mulher deixe de fazer o dela para isso (isso vale para ambos, homens e mulheres). Então! 

Uma coisa é a esposa ou ou marido fazer isso por carinho, como uma gentileza. Outra coisa é acreditar que isso seja uma obrigação.

E para mudar isso é só com um "choque de realidade": cortar antes que isso vire algo rotineiro. Porque depois será mais difícil. Mas não impossível. 

Mudar seu comportamento, respeitando o seu próprio EU, automaticamente irá alterar as ações do abusador que não encontrará espaços, pois, agora, foi criado uma barreira de auto respeito.

Esse choque de realidade é como educar um cachorro: o cérebro humano apesar de ser complexo também é muito primitivo. 

Não é à toa que para mudar hábitos se leva tempo. Não basta apenas querer e acreditar que tudo será diferente no outro dia, esse querer deverá ser todos os dias até que o seu cérebro grave a nova tarefa. Até mesmo o aprendizado exige métodos alternativos - Clique aqui!

Bom, eu não vou entrar em detalhes sobre esse assunto - caso você tenha interesse em saber como nosso comportamento funciona e o que é necessário para mudança de hábitos - Clique aqui!  ou continue navegando pelo site. 

Passar por uma relação conturbada pode ser bem comum, porém, há pessoas que possuem um currículo extenso com inúmeros relacionamentos catastróficos, um atrás do outro e mesmo que tentem mudar não conseguem de jeito algum. Mas, afinal, por que será que isso acontece?

Acredito que a pessoa que tenha uma tendência para relacionamentos abusivos possua uma visão deturpada sobre o que é o amor. E isso pode ser devido a sua infância, assimilaram esse sentimento de forma equivocada. Pois, quando mais precisavam do mesmo, foram ignorados pelas pessoas que mais deveriam amá-los (pais).

Tiveram que se a adaptar (sobreviver) ao problema e isso criou uma lacuna emocional que tentam a todo custo preenche-la (com parceiros errados) sem sucesso.

Acabam se transformando em alvos fáceis de abusadores. 

Segundo John Bradshaw, em seu livro - Curando a Vergonha que Impede de Viver, há pessoas que escolhem parceiros que lembram seus próprios pais, a intenção é resolver problemas mal solucionados do passado. Não necessariamente precisa ser os pais, mas quem criou a criança.

Nós escolhemos o mesmo tipo de pessoa a fim de ter outra oportunidade de resolver o problema. Cada novo parceiro representa aspectos do nosso pai, da nossa mãe ou de ambos. John Bradshaw - Curando a Vergonha que Impede de Viver


Mas não culpe seus pais por isso, provavelmente eles fizeram o melhor para educa-lo. Dentro do limite de cada um. 

Nas palavras do próprio John, os pais também possivelmente tiveram uma infância carente, em desarmonia, podemos dizer assim e isso acaba refletindo na vida adulta.

Já percebeu aquelas pessoas que vivem reclamando de ex-parceiros e atuais? Ou você tem essa mania?

Saiba que, o problema pode não ser com o parceiro, mas com você, internamente. Todavia, não estou dizendo que o abusador não tem culpa, tem sim, mas o fato é que você também está dando liberdade para que isso aconteça e não esta ciente disso.

Por isso se você já está em um relacionamento abusivo, eu aconselho que faça mudanças no seu comportamento.  É muito importante ter limites pessoais, físicos ou emocionais, pois isso irá ajudá-lo a se defender de pessoas mal intencionadas. Quem faz tudo que o outro manda, uma hora ou outra, irá acabar se machucando tanto emocionalmente quanto fisicamente.

Inclusive sugiro que você leia o meu texto - Como dizer NÃO -Clique aqui!

O amor não é perfeito, pelo menos não o amor humano, só que o mesmo não significa que tu deve se sujeitar a tudo o que o outro propõe. 

Amor é respeitar os limites de cada um. Ter liberdade para falar, mas também saber da importância do ouvir. 

Não caia em jogos emocionais, os quais a pessoa fica fazendo chantagem, manipulando através do sentimento.

Seja proativo e não reativo.  O primeiro é ser uma pessoa responsável pelos resultados de suas próprias ações. Não ficar esperando que o outro faça por você. Tomar decisões antecipadas de forma inteligente, ou seja, se precavendo.  Já, o segundo é aquele que espera acontecer para depois tentar resolver ou consertar o que não tem mais conserto. 

Olhar para si mesmo poderá ser muito útil, antes de olhar externamente. A introspecção será essencial para que você perceba se não está fazendo tempestade em copo d'água. Muitas vezes os casais acabam se desgastando por coisa bobas.

Quando o problema é mínimo, um bom diálogo ou mudança em seu próprio comportamento já poderá ser o suficiente.

Em todo caso, tenha respeito por si mesmo e seja sempre firme quando se trata de defender sua própria dignidade. 

Recapitulando:

Choque de realidade: reeducar seu parceiro através da mudança do seu próprio comportamento. Como se fosse aquele filho mimado que precisamos impor limites.

Olhar introspectivo: avalie suas próprias ações. Tenha humildade para reconhecer seus próprios erros. As vezes pode ser que você esteja esperando demais do seu parceiro  e exigindo coisas que nem você faria.

Amor: saber o verdadeiro significado do amor. Pois o mesmo não é a submissão, mas o respeito  entre ambos.

Amor próprio: tenha respeito por si mesmo. Limites pessoais.

Chantagem emocional: respire profundamente e relaxe antes de tomar alguma decisão precipitada. Evite discutir de "cabeça quente".

Proativo e não reativo: antecipe o resultado de suas ações e se responsabilize por elas. Não espere que os problemas se acumulem ou que apenas o seu parceiro tome a iniciativa.

Essa simples compreensão e mudança no próprio comportamento será o suficiente para protegê-lo contra abusadores.

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2 Comentários

  1. Um relacionamento abusivo não começa de um dia para o outro. É preciso estar atento aos sinais.

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